Com ressalvas, Eduardo defende protestos e extinção da PM: “a revolução vem da informação”

Atualizado em 27/02/2014

Na última segunda-feira (24), mais um vídeo com depoimentos do Eduardo, ex-Facção Central, caiu na Internet.

Abordado em um local aberto, possivelmente depois de um evento, o rapper respondeu a algumas perguntas que remetem a uma reflexão sobre a nossa sociedade atual.

Primeiramente, sobre os protestos, ele se disse a favor e defendeu tanto as manifestações pacíficas quanto as violentas, mas fez uma importante ressalva: “Eu entendo a revolta e o inconformismo. De repente, a polícia chegou na tua quebrada e matou uma pessoa, duas; não tem como você protestar jogando flores, soltando pomba branca. Você vai ser violento; vai queimar um ônibus. O problema é que isso aí vai ser usado contra você e contra nossa própria causa.”

É incrível como o Eduardo sempre consegue trazer uma visão interessante sobre os assuntos que lhe são perguntados, e olha que não são poucos.

Logo em seguida, sobre a extinção da Polícia Militar, muito pedida principalmente nos últimos meses, o rapper, ponderado como é de costume, traz um novo argumento ao debate: “Eu sou a favor, só que você tem que entender da seguinte forma: enquanto a gente não tiver pessoas da periferia nos cargos de controle da sociedade, você pode erradicar a polícia militar, civil e nomear até um novo estilo de polícia; quando ele vier fazer uma ronda na periferia, ele vai ser racista do mesmo jeito, vai ser violento do mesmo jeito e vai abusar do poder do mesmo jeito.”

Pra finalizar, quando perguntado sobre a revolução através das armas, Eduardo voltou a bater numa tecla que já deve estar gasta de tanto que o rapper a defende: “Acredito que a revolução vem da informação, do conhecimento. Você entendendo quais são seus direitos, entendendo quando a sociedade tá sendo racista, discriminatória, violenta, quando a polícia tá abusando, tá sendo arbitrária, entendendo quando o político tá fazendo o mesmo, quando a justiça é seletiva. Então, você precisa de conhecimento. Se todo mundo tiver conhecimento, o protesto é algo natural.”

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