Dep. Leci Brandão sobre o Hip Hop: “voz de quem não tem tido a oportunidade de falar e ser ouvido”

Em vídeo publicado na última quarta-feira (11), Leci Brandão reservou os quase cinco minutos de seu pronunciamento na Assembléia Legislativa de São Paulo para falar sobre o Hip Hop.

A deputada falou especialmente sobre a 2ª edição do Hip Hop Gol, realizada na última segunda-feira (9), na qual ela deu o pontapé inicial da partida que envolveu nomes como Dexter, DMN, DBS, entre outr@s.

“Ações como essas, realizadas nas favelas, nas quebradas, na periferia devem se multiplicar. É lá que o olhar do Estado deve chegar e agir”, defendeu. “O hip hop é música, é dança, é grafite, é cultura, é modo de vida, mas tem sido, sobretudo, a única voz de quem não tem tido a oportunidade de falar e ser ouvido”, completou.

Leci ainda pediu a aprovação do projeto que cria a Semana Estadual do Hip Hop e congratulou a presidenta Dilma por sancionar lei que reserva aos negros 20% das vagas de concursos públicos federais do Poder Executivo.

“Assim como a presidente, espero que a medida sirva de exemplo para que outras órgãos no Executivo, no Legislativo e no Judiciário adotem medidas semelhantes, porque o que a população negra e, principalmente, a juventude precisa e espera é de medidas que mudem suas vidas de forma concreta”, finalizou a deputada.

Abaixo cê confere a transcrição do pronunciamento:

Senhoras e senhores deputadas e deputados,
Público que nos assiste pela TV Alesp (e internet),

Foi com grande satisfação que recebi o convite para assistir e dar o pontapé inicial de uma partida de futebol em Barueri, realizada pela juventude do hip hop na noite de ontem.

A partida reuniu nomes do rap de São Paulo como Dexter, Tio Fresh, Mr. Bomba, Cris Conection, DJ Cia, Sabotinha, Rhossi, que se encontraram para o 2º Hip Hop Gol — Família Sabotage, que teve como objetivo arrecadar agasalhos que serão distribuídos para pessoas necessitadas das comunidades da periferia da cidade de São Paulo.

Fiz questão de ir a esse evento porque a voz dessa juventude é a única que tem se levantado pra falar das injustiças contra o nosso povo. E, justamente por esse motivo, defendo que precisamos de ações voltadas para essa juventude.

O jogo foi entre familiares e amigos do rapper Sabotage, assassinado em 2003. Lembro que em 2013 nosso mandato apoiou a realização de uma ação cultural em tributo ao rapper Sabotage por ver em sua trajetória um retrato da juventude negra.

Os shows em homenagem ao “Maestro do Canão”, como ele era conhecido, foram realizados na quebrada onde vivem os filhos do rapper, na Favela do Boquerão, que fica no Jardim Saúde.

Ações como essas, realizadas nas favelas, nas quebradas, na periferia devem se multiplicar. É lá que o olhar do Estado deve chegar e agir. Por isso, também quero aproveitar a oportunidade para fazer um apelo ao nobres parlamentares para que aprovem o projeto que apresentamos criando a Semana Estadual do Hip Hop.

O hip hop é música, é dança, é grafite, é cultura, é modo de vida, mas tem sido, sobretudo, a única voz de quem não tem tido a oportunidade de falar e ser ouvido.

Quero aproveitar ainda o espaço nesta tribuna para dizer da grande satisfação que tive ao tomar conhecimento de que a presidente Dilma sancionou ontem a lei que reserva aos negros 20% das vagas de concursos públicos federais do Poder Executivo.

Assim como a presidente, espero que a medida sirva de exemplo para que outras órgãos no Executivo, no Legislativo e no Judiciário adotem medidas semelhantes, porque o que a população negra e, principalmente, a juventude precisa e espera é de medidas que mudem suas vidas de forma concreta.

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